Você é facilmente seduzida?

(escrito em 22/05/2022)

Quando escrevi meu primeiro livro, uma das minhas angústias, que levava sempre para terapia, era que ele fizesse sucesso. A questão não era porque eu esperava que ele bombasse, mas sim que eu não saberia agir se isso acontecesse. Fracassar estava ok, mas o contrário, não.

Não saberia reagir se me fizessem muitos elogios. Isso porque eu tinha medo de me perder nisso, tinha medo de ser facilmente seduzida. Essa palavra, sedução, surgiu em um momento de reflexão pessoal e depois em vários atendimentos com meus clientes. Como acredito na força do campo existencial, isso não me surpreende mais.

Seduzir e ser seduzida não diz respeito apenas a questões eróticas, mas fala de uma necessidade de encantar, de falar mais meloso, de manipular para conseguir o que se quer, muitas vezes escondendo partes importante de si para conseguir chegar ao ponto desejado por meio da sedução.

Eu deixo de me impor, de ser agressiva e de definir bem meus limites para ser a boa moça, aquela que todos amam porque é muito fofa e sempre faz tudo por todo mundo, aquela boa menina que não julga, sempre compreende, não reclama e nem se estressa, isto é, aquela que não existe.

Acabamos conseguindo o que queremos, mas não antes de se perder no olhar e nas vontades do outro, de funcionar de acordo com os desejos da outra pessoa. E isso é terrível por questões óbvias. A pergunta que me faço hoje é: “por que será que, ao invés de nos impor, preferimos seduzir? Preferimos ou fomos ensinadas a?”

Escrito Carol Vieira

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